segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Atentado em Las Vegas e a política do armamento

Sempre que vemos um crime brutal contra uma família inocente ou um atentado realizado por desequilibrados com uma arma de fogo nas mãos, voltamos a discutir o armamento de civis.
Na madrugada desta segunda-feira, 02/10, em Las Vegas (EUA) um homem de 64 anos portando 10 fuzis abriu fogo contra o público de um festival de música country, matando 58 pessoas e ferindo em torno 515.
A legislação dos EUA permite que civis possam portar armas de fogo, tendo maior ou menor rigidez nos critérios conforme leis estaduais. No estado de Nevada onde ocorreu o atentado desta segunda-feira as leis de armamento são as mais brandas do país.
Para os defensores do armamento de civis a liberação ajuda cidadãos de bem à atuar em legítima defesa, porém um levantamento realizado em 2012 pela ONG Violence Policy Center, demonstra que nos EUA para cada homicídio em legítima defesa com arma de fogo, ocorreram 32 homicídios criminais com uso de arma de fogo. O levantamento da ONG coloca em xeque se a política de armamento de civis é efetiva para proteção do cidadão de bem, podendo a liberação desenfreada de armas acarretar maior risco e maior numero de mortes.
O cenário nos EUA dificilmente irá mudar durante o mandato de Donald Trump, que teve apoio maciço durante as eleições, da Associação Nacional do Rifle, que é a maior organização pró-armamento do país.
No Brasil o comércio de armas de fogo não é proibido, porém as regras para posso e porte de armas são rígidas, o que faz com que apenas uma pequena parte da população consiga ter acesso.
Atualmente no congresso brasileiro existe atuação da chamada bancada da bala, que tenta flexibilizar as regras de posso e porte no país.
Na tentativa de garantir a segurança do cidadão de bem, podemos aumentar a já caótica violência no Brasil , a polícia não tem condições de inibir o uso de armas ilegais que circula facilmente entre os criminosos, e a flexibilização do uso de armas, assim como nos EUA, aumentaria o numero de crimes passionais.
Para inibir a violência é preciso melhorar as políticas de segurança pública, principalmente na tentativa de inibir a entrada e circulação de armas ilegais no país. Colocar armas nas mãos de pessoas despreparadas e algumas possivelmente desequilibradas só irá aumentar nossa agonia com a violência.